FAZENDEIRO DO AR
< Anterior | Leia, Ouça, Assista | Próximo >
Páginas: 84
Publicação Original: 1954
Nova Publicação: 2023
ADQUIRA AQUI:
Emblemática obra da fase adulta de Drummond, Fazendeiro do ar retorna em novo projeto, com posfácio de Mariana Ianelli.
Fazendeiro do ar, publicado em 1954, sucedeu Claro enigma — uma das obras mais importantes de Drummond e da poesia brasileira — e tornou-se igualmente emblemático da fase madura do poeta. Ao longo de pouco mais de vinte poemas, Drummond nunca repete “fórmulas” e alterna com maestria recursos poéticos: vai do soneto ao poema em prosa, passando pelo verso livre.
A morte e a efemeridade da vida são temas que permeiam toda a obra, compondo uma sequência arrebatadora de poemas inspiradíssimos, que se inicia em “A distribuição do tempo” (“Um minuto, um minuto de esperança, / e depois tudo acaba.”) e segue com dois textos em homenagem aos poetas Américo Facó e Jorge de Lima, ambos mortos em 1953.
O fim do ciclo da vida também está presente em “Cemitérios”, uma série de poemas breves muito desconcertantes, com tiradas antológicas: “Do lado esquerdo carrego meus mortos. / Por isso caminho um pouco de banda.” “Morte de Neco Andrade” é outro achado, talvez o texto mais excêntrico do conjunto, um poema em prosa com toques de faroeste, com direito a uma surpreendente reviravolta no fim.
O livro ainda traz outros temas recorrentes na produção de Drummond, como o amor, revelado no instigante “O quarto em desordem”, em que o poeta diz: “Na curva perigosa dos cinquenta / derrapei neste amor.” E o tratado sobre a passagem do tempo que ele constrói em “Eterno”: “eterno é tudo aquilo que vive uma fração de segundo / mas com tamanha intensidade que se petrifica e nenhuma força o resgata”.
Repleto de imagens crepusculares, Fazendeiro do ar é uma fábrica de estilhaços poéticos poderosos, onde Drummond continua sua bem-sucedida missão de dar sentido à máquina do mundo.
As novas edições da obra de Carlos Drummond de Andrade têm seus textos fixados por especialistas, com acesso inédito ao acervo de exemplares anotados e manuscritos que ele deixou. Em Fazendeiro do ar, o leitor encontrará: o posfácio, escrito por Mariana Ianelli, poeta, ensaísta, cronista e crítica literária; bibliografias selecionadas de e sobre Drummond; e a seção intitulada “Na época do lançamento”, uma cronologia dos três anos imediatamente anteriores e posteriores à primeira publicação do livro.
Bibliografias completas, uma cronologia da vida e da obra do poeta e as variantes no processo de fixação dos textos encontram-se disponíveis por meio do código QR localizado na quarta capa deste volume.
LEIA, OUÇA, ASSISTA
Conheça outras edições do livro e ouça as poesias de Drummond
Por Edmílson Caminha
FIXAÇÃO DO TEXTO
OBRAS CONSULTADAS
Nova reunião: 19 livros de poesia. v. 1. Rio de Janeiro: José Olympio, 1983. [NR1]
José / Novos poemas / Fazendeiro do ar. Rio de Janeiro: Record, 1993.
[JNFA]
José / Novos poemas / Fazendeiro do ar. 14. ed. Rio de Janeiro: Record, 2011.
[JNFA2]
Poesia completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2003. [PC]
Biblioteca particular de Carlos Drummond de Andrade.
Não foram incluídas aqui as alterações decorrentes do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990.
-
“INFÂNCIA”estrofe 1, versos 5 e 6: “lia a história de Robinson Crusoé, / comprida história que não acaba mais.” [AP3]: “lia a história de Robinson Crusoé. / Comprida história que não acaba mais.”
-
POEMA “CASAMENTO DO CÉU E DO INFERNO”verso 14: “Diabo espreita por uma frincha” separado do parágrafo 8, como em [AP1].
-
POEMA “LANTERNA MÁGICA”II / SABARÁ estrofes 1 e 2: separadas conforme [PC] e [ACL]. estrofe 3, verso 5: em caixa-alta, conforme [AP1] e [PC].
-
POEMA “SINAL DE APITO”estrofe 1, verso 1: “Um silvo breve: Atenção, siga.” [AP3]: “Um silvo breve Atenção, siga.”
-
POEMA “NOTA SOCIAL”estrofe 1, verso 6: “como qualquer homem da Terra,”, conforme [PC] e [PP] [PCN]: “como qualquer homem da terra,”
-
POEMA “OUTUBRO 1930”Os trechos corridos, como prosa (“De 5 em 5 minutos” (...), “O inimigo resistia” (...), “O general” (...) devem ter recuo de parágrafo e ser alinhados à esquerda e à direita, como em [PC]. Sugiro que o travessão ( — ) seja usado apenas para indicar falas, como no poema “Sociedade”: O homem disse para o amigo: No caminho o homem resmunga: — Breve irei a tua casa — Ora essa, era o que faltava. Nos outros casos, o travessão ( — ) deve ser substituído pelo traço ( – ), como no poema “O sobrevivente”: Impossível escrever um poema – uma linha que seja – de verdadeira poesia.