CRONOLOGIA DE CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE
1917
- Retorna a Itabira e tem aulas particulares com o professor Emílio Magalhães.
- Conhece a poesia de Augusto dos Anjos e fica perplexo. Mais tarde revelou: “Li-o na adolescência e foi como se levasse um soco na cara… Vi como se pode fazer lirismo com dramaticidade permanente, que se grava para sempre na memória do leitor.” (em Os sapatos de Orfeu, de José Maria Cançado).
- Visita com frequência o santeiro Alfredo Duval e faz amizade com seus filhos. Trata-se de um “intelectual orgânico”, conversador e conhecido na cidade.
- Lê o livro A educação sentimental, de Gustave Flaubert, que lhe deixou marcas profundas.
1918
- Ingressa como aluno interno no Colégio Anchieta, dos padres jesuítas, em Nova Friburgo, onde se destaca em certames literários. Colabora no jornalzinho Aurora Colegial, no qual tem seu primeiro texto publicado.
- Incentivado pelo irmão Altivo, publica no jornalzinho Maio, de Itabira, seu poema em prosa “Onda”.
1919
- “No colégio, escreveu escondido uma novela de caráter anticlerical, uma verrina aos padres e parasitas da vida humana”, segundo o colega Octávio Barbosa da Silva.
- Ao rebelar-se contra uma nota que por condescendência lhe dera o professor de Português, ouve dos jesuítas a proposta de que se resolva o incidente com um pedido de desculpa. O acordo não é cumprido pelos padres, e Drummond acaba expulso do Colégio Anchieta por alegada “insubordinação mental”. Dirá depois, em entrevista, que o episódio contribuíra para que perdesse o sentimento religioso.
1920
- Muda-se com a família para Belo Horizonte.
- Passa a colaborar no modesto Jornal de Minas, situado no térreo do prédio onde morava. É seu primeiro trabalho como articulista.
- Conhece Dolores Dutra de Morais, com quem se casará cinco anos depois.
1921
Passa a trabalhar no Diário de Minas, no qual por oito anos escreverá críticas literárias e outros textos.
Frequenta a vida literária de Belo Horizonte e torna-se amigo de Milton Campos, Abgar Renault, Emílio Moura, Alberto Campos, Mário Casassanta, João Alphonsus, Cyro dos Anjos, Batista Santiago, Aníbal Machado, Pedro Nava, Gabriel Passos, Heitor de Sousa e João Pinheiro Filho, frequentadores da Livraria Alves e do Café Estrela.
Muda-se com a família para uma casa no bairro da Floresta, onde seu pai tinha vários terrenos, e instala-se num “quarto independente”, com acesso pelo alpendre.
Publica na revista Radium, da Faculdade de Medicina, o conto “Rosarita”.